DUPLA CIDADANIA NO ESPORTE 04/07/24


Casos na Patinação Artística e Procedimentos para Atletas

A dupla cidadania é um tema relevante e complexo no universo esportivo, especialmente na patinação artística, onde a Federação Gaúcha de Patinagem (FGP) recentemente acompanhou dois casos notáveis: Eduarda Petak Rocha e Lola Osório Wengrover. Estes casos ilustram as diferentes trajetórias e procedimentos necessários para atletas que optam por representar outra nação em competições internacionais, de acordo com a Carta Olímpica e os estatutos esportivos da World Skate (WS), Confederação Skate Brasil (CSB – anteriormente CBHP) e FGP.

Eduarda Petak Rocha: Uma Transição de Nações
Eduarda Petak Rocha, atleta de Solo Dance Sênior do clube Corpo em Movimento (CEM), já havia representado o Brasil em diversos eventos de nações, como Sul-Americano, Pan-Americano e Mundial. Sua experiência em competições internacionais de nações impôs uma série de procedimentos específicos quando decidiu competir pelo Uruguai.

Segundo a Carta Olímpica e os estatutos da WS, atletas que já representaram uma nação em competições internacionais oficiais devem esperar um período mínimo de três anos desde sua última representação oficial para poder competir por outra nação. Esse período pode ser encurtado ou dispensado em casos específicos, mediante aprovação das federações envolvidas e da WS. Além disso, é necessário um processo formal de transferência, que inclui documentação comprobatória da dupla cidadania, liberação da federação original (CSB – anteriormente CBHP) e aceitação pela nova federação (Uruguai).

Lola Osório Wengrover: Oportunidades sem Precedentes Internacionais
Em contraste, Lola Osório Wengrover, atleta da Escola de Patinação Marcel Sturmer (EPMS-RS), que não competiu em eventos internacionais de nações, teve um caminho mais direto ao optar por competir por Israel. Atletas que não possuem participações anteriores em eventos de nações têm mais flexibilidade para mudar de filiação, desde que possuam a dupla cidadania e estejam em conformidade com os requisitos estabelecidos pelas federações esportivas.

Para Lola, o procedimento envolveu a apresentação de documentos que comprovem a dupla cidadania e a formalização de sua intenção de representar Israel em competições internacionais. Este processo, embora menos restritivo, ainda exige conformidade com os regulamentos da WS e a aprovação das federações envolvidas.

Procedimentos e Conformidade com Regulamentos
Para qualquer atleta com dupla cidadania que deseje mudar sua representação nacional, é crucial seguir os procedimentos estabelecidos pela WS, CSB (anteriormente CBHP) e FGP. Esses procedimentos garantem a integridade das competições e respeitam os compromissos previamente assumidos pelos atletas em suas carreiras esportivas.

Os principais passos incluem:
1. Verificação da Dupla Cidadania: Apresentação de documentação que comprove a cidadania em ambos os países.
2. Período de Espera: Para atletas que já representaram uma nação em eventos de nações, cumprimento do período de espera de três anos, salvo exceções aprovadas.
3. Processo de Transferência: Inclui a liberação da federação original e a aceitação pela nova federação.
4. Conformidade com Regulamentos: Garantir que todos os procedimentos estejam em conformidade com a Carta Olímpica e os estatutos das federações envolvidas.

Conclusão
A trajetória de atletas com dupla cidadania na patinação artística envolve um conjunto de procedimentos e regulamentações rigorosas. Para atletas com experiência em competições internacionais de nações, o processo é mais complexo e requer um período de espera e um processo formal de transferência. Para aqueles sem experiência internacional, o caminho é mais direto, mas ainda assim exige conformidade com os regulamentos das federações esportivas. Seguir estes passos é fundamental para garantir uma transição justa e respeitosa, mantendo a integridade das competições esportivas.

Existem muitos outros exemplos ao redor do mundo de atletas em situações semelhantes, que também enfrentam os desafios de competir por outra nação. É essencial que toda a documentação necessária esteja sempre atualizada e que as federações estejam cientes das competições dos atletas. Este cuidado está diretamente ligado aos deveres e responsabilidades das entidades às quais os atletas estão filiados. É um dever tanto dos clubes quanto dos atletas manterem suas federações informadas sobre suas atividades, garantindo a transparência e o cumprimento das normas esportivas.

Desejamos sucesso a todos os atletas que enfrentam esses desafios e que eles alcancem todos os seus sonhos. Que seus exemplos e seu amor pelo esporte estejam sempre presentes, inspirando futuras gerações de patinadores e promovendo a paixão e a dedicação que tornam a patinação artística um espetáculo tão emocionante e admirável.


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